Uma Marolinha ou um Tsunami?


Na crise de 2008, desencadeada pelo estouro da bolha imobiliário nos EUA, o Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair. E agora, a atual crise que se desenha no mundo atingirá o Brasil como uma marolinha ou como um tsunami?

Os países do capitalismo central entraram em crise em 2008 porque as políticas neoliberais neles adotadas aumentaram as desigualdades sociais entre a classe exploradora e classe trabalhadora, com o desmantelamento do estado do bem-estar social. O Brasil se saiu relativamente bem da referida crise porque suas políticas sociais, mesmo que timidamente, estavam reduzindo suas desigualdades sociais. Com o estouro da bolha imobiliária, as desigualdades sociais aumentaram ainda mais no primeiro mundo, pois os prejuízos da burguesia foram socializados, aumentando ainda mais a riqueza da burguesia ao mesmo tempo em que aumentou-se ainda mais a pobreza da classe trabalhadora. O repasse de recursos públicos para a iniciativa privada falida, a impressão de dinheiro sem lastro real, a redução de impostos para a burguesia tiveram como contra-partida o aumento de impostos sobre os trabalhadores, a redução dos seus salários, o aumento das contribuições previdenciárias, o aumento da idade mínima para aposentadoria, demissões, etc. Ou seja, nos países capitalistas centrais as desigualdades sociais aumentaram e continuam aumentando, por isso eles afundam cada vez mais na crise.

E o Brasil desta vez, continua a reduzir as suas desigualdades sociais ou voltou a recrudescê-las? Voltou a exarcebá-las, jogando a conta da crise nas costas da classe trabalhadora, reduzindo impostos para os privilegiados, dando-lhes bônus da riqueza social. Assim, desta vez, o Brasil será atingido não por uma marolinha, mas por um tsunami.

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