Morre Kim Jong-il, líder da Coreia do Norte - Atualizado



Kim Jong-il cumprimenta o russo Medvedev durante visita ao país
Foto: Reuters


O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, 69 anos, morreu, informou nesta segunda-feira a televisão estatal do país comunista, a KCTV. Kim morreu no último sábado, mas a sua morte só foi anunciada nesta segunda-feira pela mídia local.

Segundo um despacho publicado da rede norte-coreana e publicado pela agência sul-coreana Yonhap, o chefe do regime norte-coreano, um dos mais isolados do mundo, Kim morreu no último sábado, às 8h30 (horário local, 21h30 de sexta-feira em Brasília), por causa de "fadiga física" durante uma viagem de trem. Seu funeral, de acordo com a KCTV, está marcado para o dia 28, na capital Pyongyang.

Kim Jong-il tinha sofrido uma apoplexia em agosto de 2008 e desde então havia numerosos rumores sobre seu estado de saúde. Ele assumiu o poder depois da morte de seu pai e fundador do país, Kim Il-Sung, em 1994.

"Nosso querido líder Kim Jong-il morreu no sábado 17 às 8h30 enquanto viajava para realizar suas funções de liderança", disse, entre lágrimas e com traje de luto, a apresentadora do canal norte-coreano. A KCTV detalhou que Kim "morreu de um grande esforço mental e físico" durante uma viagem de trem.

No último ano, seu filho mais novo, Kim Jong-un, se consolidou como o mais provável herdeiro do falecido líder. Presume-se que ele tenha 29 anos, tendo sido nomeado general de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores em 2010.

Pouco depois do anúncio norte-coreano, em Seul o Exército da Coreia do Sul declarou um alerta por causa da morte do líder do país vizinho, enquanto o governo sul-coreano estabeleceu um plano de emergência.

Kim Jong-il estava à frente da dinastia comunista hereditária norte-coreana há 17 anos, nos quais governou com mão de ferro um regime baseado no culto à personalidade.

Desde a apoplexia sofrida há mais de três anos, suas aparições públicas foram poucas e nelas mostrava uma figura cada vez mais frágil e decrépita, embora sempre com seus inseparáveis óculos de sol e uniforme militar, que se transformaram em sua marca registrada.

Este ano, o líder norte-coreano viajou em maio em seu trem blindado à China, principal aliado e benfeitor da Coreia do Norte, e em agosto também usou o mesmo meio de transporte para ir ao extremo oriente da Federação Russa.

Com informações da agência EFE

http://noticias.terra.com.br 





A apresentadora da TV estatal chorava no momento em que deu a notícia sobre a morte de Kim Jong-il nesta segunda-feira. Foto: AFP
A apresentadora da TV estatal chorava no momento em que deu a notícia sobre
 a morte de Kim Jong-il nesta segunda-feira
Foto: AFP

A apresentadora, usando roupas pretas, chorou ao comunicar que Kim Jong-il teria morrido devido ao excesso de trabalho físico e mental. Uma informação divulgada depois pela KCNA disse que o líder norte-coreano morreu devido a um ataque cardíaco.

Fotos da capital norte-coreana, Pyongyang, mostravam pessoas chorando.



Norte-coreanos choram após receberem a notícia da morte de seu líder. Foto: Reuters
Norte-coreanos choram após receberem a notícia da morte de seu líder
Foto: Reuters



Público chorou a morte de Kim Jong-il na capital, Pyongyang

Tensão em Seul


Os militares da Coreia do Sul foram colocados em estado de alerta, em meio ao temor de que a morte de Kim Jong-il possa causar instabilidade no país comunista, empobrecido porém com armas nuclearesO Conselho Nacional de Segurança sul-coreano está reunido para uma reunião de emergência, segundo informação da agência de notícias Yonha.


Tecnicamente, as duas Coreias permanecem em estado de guerra desde a Guerra da Coreia (1950-1953).
O governo japonês também convocou uma reunião de segurança.



A Casa Branca disse que está "monitorando com atenção" as informações sobre a morte do líder norte-coreano. Os Estados Unidos informaram que estão "comprometidos com a estabilidade da península coreana e com a liberdade e segurança de nossos aliados".
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, conversou com o presidente Barack Obama pelo telefone.

"Os dois líderes concordaram em cooperar e monitorar a situação juntos", disse um porta-voz presidencial da Coreia do Sul.
A China, o mais próximo aliado da Coreia do Norte e seu maior parceiro comercial, afirmou que está "angustiada" com a notícia da morte.

Depois do anúncio da morte de Kim Jong-il, as ações nos mercados asiáticos registraram queda.


Fome e armas nucleares
Kim Jong-il herdou a liderança da Coreia do Norte de seu pai, Kim Il-sung.
Logo depois que Kim Jong-il assumiu o poder, a Coreia do Norte enfrentou uma época de muita fome, causada por reformas econômicas que fracassaram e lavouras abaixo do esperado. Com isso, estima-se que dois milhões de pessoas tenham morrido.
O regime do líder norte-coreano foi muito criticado por abusos dos direitos humanos e permaneceu isolado devido ao seu programa de armas nucleares.

Durante o governo de Kim Jong-il, os recursos do país foram voltados para os militares e, em 2006, a Coreia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear. Três anos depois, o país realizou o segundo teste.


Kim Jong-un é o segundo filho do líder norte-coreano 

Negociações envolvendo vários países para desarmar a Coreia do Norte estão paradas há meses.

Há cerca de um ano, Kim Jong-il anunciou seu filho como sucessor. Muitos esperavam que o processo de sucessão se completasse em 2012.

Pouco se sabe sobre Kim Jong-un, o segundo filho do líder norte-coreano. Nem mesmo sua idade exata foi divulgada.
O que se sabe é que Kim Jong-un foi educado na Suíça e é filho de quem seria a esposa favorita de Kim Jong-il, Ko Yong-hui, que também já morreu.
O professor Lee Jun-hoon, especialista em relações internacionais na Universidade Yonsei, de Seul, disse à BBC que a morte de Kim Jong-il poderá levar a "tempos muito instáveis" na Coreia do Norte, pois o processo de sucessão ficou imcompleto.

"Temos de nos preocupar muito, pois sempre que existe instabilidade doméstica", afirmou. "A Coreia do Norte gosta de encontrar uma situação externa para desviar a atenção disto, incluindo fazer provocações.

"http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/12/111219_kim_morte_fn.shtml


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