O presidente da China, Hu Jintao, determinou nesta terça-feira (6) à Marinha que se prepare para combater e a seguir modernizando suas forças, com o objetivo de garantir a segurança nacional, informou a agência oficial Xinhia (Nova China).
Jintao pediu à Marinha que acelere a modernização e desenvolva preparativos intensos para o combate militar, com o objetivo de "salvaguardar a segurança nacional e a paz mundial", destacou a agência oficial, no momento em que as ambições marítimas da China inquietam os vizinhos e os Estados Unidos.
Em 24 de novembro, o Ministério da Defesa da China tinha anunciado a realização de exercícios militares navais em águas do oceano Pacífico, após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divulgar no último dia 16 o aumento da presença militar americana na Austrália, o que irritou as autoridades de Pequim.
Em 24 de novembro, o Ministério da Defesa da China tinha anunciado a realização de exercícios militares navais em águas do oceano Pacífico, após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divulgar no último dia 16 o aumento da presença militar americana na Austrália, o que irritou as autoridades de Pequim.
Em um breve comunicado, o ministério chinês esclareceu que os exercícios anunciados serão manobras de rotina, "não dirigidas contra nenhum país ou alvo em particular" - mas os analistas destacam a coincidência temporal dessas ações com as crescentes tensões da China com os Estados Unidos.
O Ministério da Defesa chinês não especificou o local exato das manobras, nem quantos navios participarão. A emissora de televisão japonesa NHK informou que seis navios da Marinha chinesa, entre eles um destróier antimísseis, foram detectados perto das ilhas de Okinawa, em direção ao Pacífico.
O analista chinês em assuntos militares Ni Lexiong confirmou ao jornal local South China Morning Post o descontentamento de Pequim com Washington.
- Pequim está muito descontente por ver os EUA envolvidos nas disputas territoriais no Mar da China Meridional, desafiando nossa soberania territorial em aliança com o Vietnã e Filipinas.
Na semana passada, Obama realizou uma longa viagem pelo Pacífico, que incluiu sua participação em duas cúpulas - a da Apec, no Havaí, e a da Ásia Oriental, em Bali -, onde aproveitou para dizer que as missões norte-americanas seriam uma prioridade na política de defesa do Pentágono (Departamento de Defesa americano).
Na Austrália, uma das escalas da viagem, Obama anunciou que 2.500 marines (fuzileiros navais) americanos seriam destacados ao norte do país para ampliar a presença estratégica dos EUA no Pacífico ocidental.
O anúncio motivou críticas da China, que classificou a medida como inoportuna, num momento em que, segundo Pequim, todos os países devem trabalhar juntos para sair da crise econômica.
O mar da China Meridional, principal foco de tensões na região, abriga as ilhas Spratly e Paracel, reivindicadas pela China e outros países da área, junto ao que se acredita ser uma das maiores reservas mundiais de petróleo, ainda não exploradas. Filipinas e Vietnã, outros dois países que reivindicam parte desses arquipélagos, acusaram a China neste ano de aumentar as hostilidades na região.
A China acusa os EUA de manterem uma "mentalidade da Guerra Fria" e pede às partes em conflito no mar da China Meridional que negociem diretamente com Pequim, sem internacionalizar a questão, o que não impediu que o assunto fosse levado por Obama à mesa multilateral de Bali na semana passada, na Cúpula da Ásia Oriental.
O ministro das Relações Exteriores chinês, Yang Jiechi, se reuniu no último 23 de novembro com a subsecretária de Estado americana, Wendy Sherman, a quem pediu que os dois países "devolvam as relações bilaterais ao caminho correto".
- China e EUA devem respeitar mutuamente seus respectivos interesses e lidar adequadamente com assuntos sensíveis.
Analistas dizem que a iniciativa dos EUA é um desafio direto às tentativas da China para dominar a área, e é provável que reforçar os aliados dos EUA na disputa do Mar do Sul da China.
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