Coreia do Norte reconhece fracasso de lançamento de satélite, EUA diz que era míssil



A Coreia do Norte reconheceu que o foguete de longo alcance Unha-3, que lançou nesta sexta-feira desde a base de Tongchang-ri, no norte do país, não alcançou seu objetivo de pôr um satélite em órbita.
Segundo a televisão estatal norte-coreana, a KCTV, o satélite "não entrou em órbita", e cientistas, técnicos e especialistas norte-coreanos "averiguam neste momento o motivo do fracasso".
Trata-se da primeira vez em que o regime comunista reconhece o fracasso em sua tentativa de lançar um satélite ao espaço. A Coreia do Norte definiu como um sucesso seus dois lançamentos anteriores, em 1998 e 2009, apesar de especialistas internacionais terem assegurado então que os satélites norte-coreanos nunca chegaram a entrar em órbita.
Após o lançamento, que aconteceu às 7h38 locais (19h38 de Brasília), Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão asseguraram que o lançamento fracassara depois de o projétil ter se precipitado no Mar Amarelo pouco mais de um minuto após sua partida.
Segundo estes países, o foguete de 91 toneladas e longitude de 30 m teria caído na água a cerca de 150 km da cidade portuária sul-coreana de Gunsan, depois de sofrer um problema quando a primeira parte deveria separar-se do restante da estrutura.
Uma autoridade militar sul-coreana explicou que o foguete se desmembrou em cerca de 20 pedaços após alcançar uma altitude máxima aproximada de 151 km.
O governo da Coreia do Sul qualificou o lançamento como "uma provocação" que viola a resolução 1874 da ONU, que exige a renúncia de Pyongyang a todos os testes que utilizem tecnologia de mísseis balísticos.
Segundo o Pentágono e a Coréia do Sul:
O artefato disparado pela Coreia do Norte é um Taepodong-2, um míssil balístico intercontinental de alcance entre 6 mil e 9 mil km, anunciou nesta quinta-feira o comando da defesa aérea americana (Norad). "Indicações iniciais afirmam que o primeiro estágio do míssil caiu no oceano a 165 km a oeste de Seul, Coreia do Sul. Os demais estágios falharam e nenhum destroço caiu em terra", completou. "Em nenhum momento o míssil ou os destroços representaram uma ameaça."
A Casa Branca rotulou a ação do regime de Pyongyang de "provocação que ameaça a segurança regional" além de uma violação da lei internacional. "Apesar desta ação não nos surpreender dado o patrão de comportamento agressivo da Coreia do Norte, qualquer atividade de mísseis norte-coreana é uma preocupação para a comunidade internacional", indicou o comunicado divulgado pelo governo americano.
A Casa Branca, que já advertiu anteriormente que o lançamento é uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU contra o desenvolvimento em tecnologia de mísseis norte-coreano, afirmou que o regime de Pyongyang está se "isolando mais com estes atos provocativos". O comunicado ressalta que a Coreia do Norte só consegue com este tipo de ações "desperdiçar seu dinheiro em armas e desdobramentos propagandísticos enquanto o povo norte-coreano passa fome".
O foguete norte-coreano Unha-3 decolou da base de lançamento de Tongchang-ri às 7h39 locais de sexta-feira (19h39 de quinta, no horário de Brasília), mas segundo fontes do Departamento de Defesa dos Estados Unidos o projétil falhou menos de dois minutos depois. O comunicado da Casa Branca lembra que o presidente americano, Barack Obama, se mostrou disposto a iniciar relações construtivas com a Coreia do Norte, embora considere que o regime comunista deve "estar à altura de seus próprios compromissos, aceitar suas obrigações internacionais e atuar de maneira pacífica com seus vizinhos".

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