Quinina está presente em "Pau-tenente". Planta boa para ajudar a tratar diabetes, malária, câncer e outras doenças. Pesquisa da UFV comprova.


É muito bom poder contar com o poder de cura das plantas medicinais, melhor ainda é que novas descobertas são feitas diariamente, ou melhor, redescobertas, pois muitas das plantas que estão surgindo na mídia atualmente, já foram de conhecimento de nossos avós há muito tempo.



O Pau-tenente é uma dessas plantas, já ouviu falar? De nome pode parecer um pouco estranho, mas pode ser que já tenhamos visto essa planta em algum lugar e não lembramos. O fato é que muitos estudos foram realizados com ela, os quais comprovaram que esta planta medicinal é eficaz no tratamento de muitas doenças, dentre elas a malária, o câncer, rosácea e diabetes.

Conhecida também como Pau amargoQuassia ou Quina, muito utilizada como tratamento natural de problemas de estômago, infecções e inflamações. O seu nome científico é Quassia amara L. e pode ser usado na forma de folhas secas, lascas da madeira, pó ou óleo essencial, para consumo na forma de chás ou para aplicar sobre a pele.
Por isso, vamos aprender que planta é essa, quais são suas propriedades medicinais e como usá-la.

Que planta é essa?

O Pau-tenente (Quassia amara L.) pertence à família Simaroubaceae, é um arbusto nativo do Norte do Brasil, principalmente da região do Baixo Amazonas. Conhecido também como Quassia, Murubá, Pau Amargo e Quina de Caiena, ele é composto por alcalóides, terpenóides e cumarinas, o que faz com que ele seja indicado farmacologicamente como um tônico para tratar tanto problemas estomacais como para abrir o apetite.

O Pau-tenente cresce como um arbusto grande de 2 a 5 metros de altura, com copa estreita e rala. Seu caule não é muito grosso e a parte mais utilizada são as lascas da madeira, por isso o nome “Pau-tenente”, mas também pode-se utilizar as folhas, depende do caso.
O arbusto de Quassia amara possui cachos de flores vermelhas que são também muito utilizadas em paisagismos.


Usos medicinais
Diversos estudos realizados com o Pau-tenente em animais, apresentaram resultados relevantes no tratamento de diversas doenças, o que fizeram com que ele passasse a ser considerado um poderoso antibiótico, com capacidade inibidora de bactérias, e ainda é extremamente eficaz no tratamento das seguintes doenças:

Anemia
Um estudo nigeriano demonstrou que o uso do Pau-tenente eleva a quantidade de glóbulos vermelhos e hemoglobina, o que é positivo no tratamento deste tipo de problema.

Dermatite
Um estudo argentino demonstrou que uma pomada com apenas 4% de extrato de Pau-tenente foi mais eficiente do que os medicamentos convencionais utilizados para este fim.

Rosácea+
Outro estudo argentino demonstrou que a mesma pomada teve efeitos iguais ao dos medicamentos convencionais, sem qualquer efeito tóxico.
Problemas estomacais e intestinais

Uma pesquisa realizada na Costa Rica demonstrou que extratos da casca e madeira de Pau-tenente tiveram a capacidade de reduzir a formação de úlceras gástricas aumentando a cobertura das mucosas estomacal e intestinal.

Malária
Um estudo francês e um estudo nigeriano demonstraram que o extrato das folhas de pau-tenente tem uma ação inibidora do desenvolvimento do Plasmodium.

Diabetes
Um estudo indiano demonstrou que o uso do extrato do caule de Pau-tenente teve a capacidade de controlar a glicemia e melhorar a tolerância ao açúcar em animais com diabetes tipo 2, melhorando ainda a obesidade associada à doença. Um estudo brasileiro, demonstrou que o extrato da madeira do Pau-tenente conseguiu normalizar a glicemia de animais diabéticos com a mesma eficiência que a Metformina, um medicamento químico para este problema.

Leucemia
Um estudo americano demonstrou que algumas das substâncias presentes no Pau-tenente tem ação contra o desenvolvimento da leucemia.

Câncer
Um estudo francês, comprovou-se que o pau-tenente também tem uma potente ação antitumoral, evitando a formação de tumores em vários tipos de câncer, com efeitos tão eficientes quanto o quimioterápico convencional.

Como usar?
Devido às propriedades medicinais do Pau-tenente, ele pode ser utilizado para diversas finalidades, mas para conseguirmos extrair esses benefícios, aconselha-se a utilizá-lo como infusão, decocção, extrato, extrato fluido, pó, tintura, elixir, vinho ou xarope.

Para fins terapêuticos são utilizadas as folhas secas, pó ou óleo. Veja como preparar:
DECOCÇÃO
Coloque 2 colheres de sopa de cascas de Pau-tenente picadas em um litro de água. Deixe cozinhar por cerca de 10 minutos a partir do momento em que se inicia a ebulição. Após esse tempo, retire do fogo e deixe repousando, tampada, por 10 minutos. Coe e está pronto para o uso. Tomar de 2 a 3 xícaras ao dia.

INFUSÃO
Coloque 6 colheres de sopa das folhas de Pau-tenente em um litro de água fervente. Faça banhos em caso de sarampo ou piolhos.
Contraindicações
Apesar do chá de Pau-tenente não ter contraindicações e ser muito utilizado popularmente, recomendamos que consulte o seu médico antes de fazer uso dele para tratar qualquer um dos problemas de saúde listados acima.

Mesmo ele sendo muito eficaz, nenhum medicamento fitoterápico deve ser utilizado sem a consulta de um profissional.



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Pesquisa da UFV comprova uso de planta 'Quina do Mato' como remédio

Ela pode tratar doenças no fígado, no pulmão, na pele e câncer no intestino.
Projeto é resultado de levantamento da sabedoria popular de moradores.

Diziam os moradores mais antigos da região da Serra do Brigadeiro, uma área de conservação ambiental de mata atlântica na Zona da Mata em Minas, que a casca da árvore conhecida como Quina do Mato servia para tratar problemas digestivos e cicatrizar feridas difíceis. Uma pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (UFV) não só comprovou estas possibilidades da Bathysa cuspidata - nome científico da espécie, como descobriu que também pode ajudar na cura de problemas no fígado, no pulmão, na pele e tratar câncer no intestino.
Estas são as conclusões até agora de cinco anos de levantamentos, pesquisas e testes com animais realizados pelo grupo de pesquisa Bioprospecção Molecular no Uso Sustentável da Biodiversidade (Biopros), que reúne pesquisadores de diferentes áreas com linhas de pesquisas complementares. As descobertas sobre a Quina do Mato são provenientes dos desdobramentos de um trabalho de catalogar e confirmar as capacidades medicinais de plantas usadas por moradores da região, como explicou o professor João Paulo Leite, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFV.

"Nós partimos da sabedoria popular. Conversamos com os moradores para entender quais plantas eles usavam para quais finalidades. A partir disso iniciamos os estudos para comprovar se as espécies tinham algum potencial para serem usadas nos campos da medicina, cosmético, alimento e agricultura", explicou ao G1.

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