São Paulo descarta afrouxar isolamento na capital e pode bloquear avenidas.


18.abr.2020 - O secretário Edson Aparecido ao lado do prefeito de São Paulo Bruno CovasImagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse hoje que não há possibilidade da flexibilização da quarentena imposta na cidade por causa do coronavírus a partir do dia 10 de maio e não descartou um endurecimento, com bloqueio de avenidas para desestimular as pessoas a saírem de casa. Ele disse, no entanto, que o lockdown, quando há paralisação total das atividades, não foi discutido.

A taxa de isolamento tem ficado na faixa de 48%, abaixo do que é considerado satisfatório. Autoridades de saúde têm apontado um índice de 70% como ideal para frear o avanço do vírus, mas também pedido que ela se mantenha acima de 50% e, preferencialmente, próxima de 60%.

"Já há uma decisão tomada: nós não temos como relaxar as medidas de isolamento a partir do dia 10 de maio. Na capital é absolutamente impossível. Ao contrário, estamos iniciando uma discussão na prefeitura pra que a gente possa fortalecer algumas dessas medidas pra que a gente consiga fazer com que o isolamento na cidade possa crescer desse patamar de 48%", disse em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo. Em entrevista ao jornal O Globo, questionado se o aceno feito pelo governador João Doria (PSDB) sobre um relaxamento da quarentena foi "desastroso", Aparecido disse que não é possível dizer isso, já que as medidas de restrição continuam em vigor, mas ressaltou que a pressão que ocorreu para o afrouxamento do isolamento social "não foi bom".

"Em todos os países houve uma unidade no enfrentamento da doença, os entes da federação tiveram um caminho comum. Aqui essa pressão que permanentemente ocorreu para afrouxar o isolamento social não foi bom. 

O isolamento é a grande arma que a gente tem. Por isso, aqui na cidade a gente não pode imaginar qualquer relaxamento (de quarentena) neste momento. 
Ao contrário, o prefeito tem colocado que talvez a gente tenha que intensificar essas medidas", explicou. Em sua avaliação, os números mostram que a cidade iniciou a subida da curva de disseminação da doença numa velocidade muito acentuada. "Do dia 26 de fevereiro, quando teve o primeiro caso aqui na cidade, até o dia 23 abril tivemos 45.518 notificações, média de 812 por dia. 

Em apenas 3 dias — dia 24,25 e 26 — isso saltou para 56 mil notificações, ou seja, nós saímos de 812 para pouco mais de 3.400 notificações por dia", explicou. Bloqueios de avenidas Aparecido explicou que a prefeitura está fazendo desde segunda-feira "bloqueios educativos" em algumas avenidas da cidade, com a presença de profissionais de saúde, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e guardas civis metropolitanos e não descartou um endurecimento a ser anunciado na semana que vem, sobretudo de bloqueios nas principais avenidas da cidade. 
Questionado se esses bloqueios seriam totais, sem que ninguém possa passar por elas, ele respondeu: "Não, você faz um processo de bloqueio, você reduz muito, fazendo com que as pessoas se desestimulem a sair de casa", sobretudo em regiões onde o sistema de saúde está mais pressionado. 
O secretário disse que a prefeitura sabe da situação "dramática" enfrentada por grande parte da população do ponto de vista econômico por causa do isolamento, mas ressaltou que a medida salva vidas. "São mais 10, 15, 20 dias que a gente pratica o isolamento e o significado disso vai ser salvar vidas", disse.

Via: UOL
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